Ministro das Cidades anuncia prioridades, mas é advertido sobre demora nos projetos para Copa

Ministro Márcio Fortes participa de audiência para discussão sobre a organização da Copa do Mundo de futebol.

Durante audiência pública para discussão das providências relativas à organização da Copa do Mundo de 2.014, realizada na tarde de ontem (6) na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), o ministro das Cidades, Márcio Fortes, anunciou que serão priorizadas ações nas áreas de mobilidade urbana e saneamento básico. O deputado Federal Vanderlei Macris (PSDB/SP) ponderou que as iniciativas já deveriam ter sido iniciadas e que as cidades que sediarão a competição carecem de rápida atenção.

O evento foi realizado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC).

Para o deputado Macris, informalidade pode prejudicar a organização da Copa de 2.014.

De acordo com Fortes, o Ministério das Cidades dedicará cuidados especiais às obras de mobilidade urbana para garantir aos turistas que vierem ao Brasil para a Copa, facilidade de locomoção. Ele ainda esclarece que o governo Federal disponibilizou uma linha de financiamento no valor de R$ 5 bilhões para projetos de mobilidade urbana nas 12 cidades que sediarão os jogos do campeonato e que, demais recursos, irão “depender do aumento da arrecadação”.

Fortes também destacou que, informalmente, um grupo de trabalho tem se reunido para avaliar os projetos dos estados e dos municípios onde acontecerão os jogos da Copa. Segundo o ministro, fazem parte do comitê representantes dos ministérios do Esporte, da Casa Civil, da Fazenda e do Planejamento.

A informalidade pode prejudicar a organização da Copa de 2.014, acredita Vanderlei Macris. “Porque o governo não oficializa esse comitê interministerial? É preciso agilidade nas ações e que, também, saibamos quem são os representantes [do grupo de trabalho] para acompanharmos o gerenciamento das decisões”, ressalta.

O deputado Silvio Torres (PSDB/SP) e presidente da CFFC também manifestou preocupação em relação ao prazo das obras para a Copa do Mundo. “O prazo para o lançamento dos editais de licitação das obras dos estádios, que se encerrava em agosto, foi adiado. Tudo indica, portanto, que as obras só começarão depois de março do ano que vem”, avalia. “Para agravar a situação, os estados e municípios onde os jogos acontecerão não dispõem dos recursos necessários para as obras e nem de capacidade de endividamento. Tudo indica que estão aguardando que o governo Federal resolva a situação”.

O presidente da CFFC ainda informou que, em dezembro, será lançado um portal na internet para o acompanhamento

Anúncio de R$ 5 bilhões para cidades sedes não foi suficiente para minimizar críticas.

dos investimentos em cada Estado para a Copa do Mundo de 2.014, o que, para o Deputado Vanderlei Macris, facilita e pode garantir a cumplicidade da sociedade com os gastos públicos. “Os brasileiros desejavam a realização da Copa [no Brasil], e com o portal poderão saber como os recursos para a realização serão utilizados. Todos precisam ter ciência e saber cobrar”, pondera Macris.